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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Automedicação


O aumento da qualidade de vida da população se deve a muitos fatores, um deles bem importante é o uso de medicamentos, eles ajudam a amenizar o sofrimento humano, oferecendo o diagnóstico, o alivio, e a cura das doenças. Porém deve ser administrado sob prescrição médica. Assim o uso indevido ocasiona reações desagradáveis bem como o não alcance dos resultados positivos, desencadeando diversas complicações como reações adversas, intoxicações e em casos extremos levar a morte. Essa situação pode ser observada durante o ato de automedicação.
“Automedicação é a administração de medicamentos sem orientação ou prescrição médica. O hábito de automedicar-se pode provocar danos à saúde ou mesmo mascarar sintomas de doenças mais graves”. (REF VOL. V(1), 2008)
 “O Brasil assume a quinta posição na listagem mundial de consumo de medicamentos, estando em primeiro lugar em consumo na América Latina e ocupando o nono lugar no mercado mundial em volume financeiro. Tal fato pode está relacionado às 24 mil mortes anuais no Brasil por intoxicação medicamentosa. Diante deste contexto, tornam-se necessárias medidas preventivas de modo a contribuir para a diminuição diária de riscos causados pela automedicação e consequentemente tornar visível a conscientização da população quanto ao perigo dos efeitos adversos que certos medicamentos podem causar”. (REF VOL. V(1), 2008)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Residuos quimicos farmacêuticos x Meio ambiente pt 02


Riscos Ambientais
A consciência ecológica deve ser instituída em todos os tipos de gerenciamentos de resíduos químicos farmacêuticos, sejam ele micropoluentes, pequenos ou grandes geradores de resíduos.
Entre os impactos ambientais mais gritantes associados a os resíduos farmacêuticos está a genotoxicidade que seria: A capacidade que algumas substâncias têm de induzir alterações no material genético de organismos a elas expostos, e essas alterações são responsáveis pelo surgimento de cânceres e doenças hereditárias. (padronização IN vitro da técnica do micronúcleo em células vero para detecção de genotoxicidade, (1. Departamento de Ciências Farmacêuticas, CIF / CCS; 2. Departamento de Microbiologia e Parasitologia / MIP / CCB; 3. Laboratório de Virologia Aplicada da UFSC / LVA)
Quando se pensa particularmente, na influência ambiental de resíduos de fármacos, a resposta imediata é de que estes apresentem grande impacto, já que foram idealizados para exercer atividade biológica. Estima-se que entre as principais classes farmacológicas, as mais impactantes sejam: Antibióticos (77%), Hormônios (73%) e Antidepressivos (69%).
Um impacto ambiental de relevância em saúde pública é o desenvolvimento da resistência. Estima-se que 55% de todos os microrganismos apresentem resistência a pelo menos um antibiótico.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Farmácia - Estabelecimento de Saúde

Campanha nacional quer legitimar o papel do farmacêutico na promoção, prevenção e recuperação da saúde da comunidade

Acompanhando o paciente de perto

Segundo dados divulgados pela campanha, cerca de 20 mil casos de intoxicação por medicamentos são notificados aos serviços de saúde a cada ano, 50% dos medicamentos são prescritos, dispensados ou usados de maneira inadequada e apenas 50% dos pacientes tomam os remédios corretamente. Mudar esse quadro urgentemente é o que pretendem as entidades de farmácia envolvidas. “À farmácia cabe a responsabilidade de irradiar noções básicas de saúde e de promover o uso racional de medicamentos, através de profissional competente, o farmacêutico”, diz o folder da campanha.
Com a aprovação da lei e a conscientização

Entidades de Farmácia de todo o Brasil reivindicam a aprovação do projeto de lei 4.385, que propõe transformar farmácias em verdadeiros centros primários de atenção à saúde. Desde 2000, o projeto de lei Ivan Valente, como ficou conhecido, aguarda votação do Congresso e, se aprovado, significará um avanço da legislação brasileira na concepção do que é farmácia – de mero comércio a estabelecimento de saúde.
A campanha nacional Farmácia Estabelecimento de Saúde, que reúne Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF), Federação Nacional de Farmacêuticos (FENAFAR), Conselhos Regionais de Farmácias, sindicatos farmacêuticos e alunos de farmácia, além de lutar pela aprovação da lei, pretende conscientizar a população sobre seus direitos a um serviço de qualidade. Outro ponto importante da campanha é o fortalecimento do trabalho do farmacêutico, ao evidenciar o valor e o papel social da profissão, proporcionando a ampliação de sua atuação.
http://www.saberviver.org.br/index.php?g_edicao=compromisso18

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Breve visão de Farmácia Hospitalar

Em uma unidade de saúde hospitalar, a farmácia central e as farmácias satélites têm funções fundamentais para o funcionamento de vários processos que na maioria das vezes estão interligados. A assistência dada a equipe de enfermagem e médica serve de base para a realização dos trabalhos envolvendo medicação, materiais hospitalares e no caso das farmácias anexadas ao Centro Cirúrgico e Pronto Atendimento, produtos ortopédicos e medicamentos em geral.
Essa assistência só é eficaz se a atuação da equipe de farmácia esta em bom nivelamento de conhecimento específico, organização é  e empatia, este último não menos importante já que se colocar na situação do colega é ponto principal para a resolução de problemas. O conhecimento especifico é primordial e rege a possibilidade de ter sempre certeza do que será feito, lembrando que há um envolvimento diário com crianças, idosos, recém-nascidos e gestantes que exigem mais atenção. O profissional farmacêutico atua como responsável e deve agir sempre como sentinela em volta dos processos pré-estabelecidos e tem dever de informa-los para a gestão as possíveis falhas e fim de evita-los, provando assim a necessidade do envolvimento do farmacêutico nos processos hospitalares o que já e visto com ênfase na maioria das unidades.

> este texto foi escrito com base em um rascunho feito no intervalo de uma aula de 3ª a noite de Formação e Desenvolvimento Brasileiro na FIDENE. e tava muito frio, diga-se de passagem. 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Residuos quimicos farmacêuticos x Meio ambiente


O descaso ou despreparo na questão do manejo de resíduos quimico-farmaceuticos em muitos lugares no mundo leva a graves danos a natureza, os quais podem ter repercussões negativas a saúde humana e ambiental. As normas de meio ambiente atendem as novas exigências do mercado, em que o fator de preservação ambiental estará cada vez mais relacionado com a aceitação dos produtos, logo, com a ampliação de vendas e competividade. Destacando-se neste contexto a adoção das normas ISSO 14000 – Gestão ambiental (www.iso14000-iso14001- enviromentalmenagement.com/).
O setor farmacêutico é um importante gerador de resíduos por causa da complexidade dos meios de síntese e analise de fármacos, uso de solventes comumente nas purificações, entres outros processos. Assim sendo, o inerente potencial dos riscos envolvidos ao manejo de substancias químicas, aumenta a importância da implantação de programas de gerenciamento de resíduos eficazes, a fim de evitar o comprometimento da segurança e saúde de trabalhadores, população e meio ambiente. (BINIECKA, et al., 2005).
Recentemente, foi aprovado o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços da saúde, que abrange tosos os serviços relacionados a saúde, tais como: Laboratórios analíticos, necrotérios, funerárias e serviços de embalsamento, drogarias e farmácias, distribuidores de produtos farmacêuticos, estabelecimentos de ensino, importadores, distribuidores e produtores de matérias e controles para diagnostico in vitro, centros de controle de zoonose. Unidades móveis de atendimentos a saúde, serviços de acupuntura, serviços de tatuagem, dentre outros similares (www.anvisa.gov.br, RDC 306).
A RDC 306 traz diretrizes básicas de gerenciamento de resíduos de saúde, incluindo: Segregação, acondicionamento, identificação, transporte, armazenamento, tratamento, coleta e disposição final.
A união europeia lidera o ranking de produção global de substancias químicas, seguida pelos Estados Unidos, Ásia, Japão e América do sul (BINIECKA, et al., 2005). Sendo que o setor farmacêutico ocupa cerca de 26% do total da produção, ficando atrás somente do setor petroquímico (cerca de 37%).
O ponto crucial nessa questão é a contaminação química do ambiente urbano e rural: A via urbana é principalmente assolada pela contaminação humana podendo acontecer principalmente:
> Excreção urinária ou fecal, com consequente contaminação de esgotos por fármacos;
>     Descarte de medicamentos vencidos em lixos domésticos.
A via rural está associada predominantemente a uso de medicamentos veterinários que são usados pra fins diversos. Exemplos:
>   Uso de antibióticos para crescimento;
>   Adição de hormônios em rações;


terça-feira, 26 de abril de 2011

Processo de um fármaco do desenvolvimento até a retirada do mercado

Primeiramente dividido em 3 etapas: (1) descobrimento de uma substância com atividade terapêutica; (2) estudos pré-clínicos e (3) estudos clínicos. Esse processo é longo cerca de 10 anos em média e tem probabilidade de sucesso baixa, ou seja, em números de cada 100.000 novas substâncias compostas, apenas 05 chegam a serem testados em humanos que caracteriza a etapa número (3) estudos clínicos. Cerca de metade das substâncias falham durante a fase de desenvolvimento pré-clínico; para as restantes, um dossiê é preparado e submetido à autoridade regulamentadora (p.ex., FDA nos EUA e ANVISA, no Brasil), cuja permissão é necessária para proceder aos estudos em seres humanos. Essa permissão não é concedida facilmente, e a autoridade regulamentadora pode negá-la ou exigir trabalho adicional a ser feito antes da  aprovação (GRAHAME-SMITH e ARONSON,2004).
As fases de experimentos com humanos são divididas em 3 fases: (1) representa a primeira administração do composto em humanos, entre 30 e 100 indivíduos voluntários sadios. Fase (2) avaliação da eficácia do medicamento em doentes, entre 100 e 300. Fase (3) aumentasse a amostragem e se diversifica a gama de pessoas também são incluídos tratamentos mais prolongados com o composto cerca de 6 a 12 meses. Interessante ressaltar que o percebível nas pessoas selecionada mas a caráter voluntario que elas tem boa saúde já se direcionando para uma boa resposta para o tratamento medicamentoso, no caso dos enfermos acontece o mesmo, selecionando-se voluntários pré-dispostos a boa resposta.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

+ de 20 mil medicamentos tiveram seu preço reajustado hoje


O aumento no preço dos medicamentos é autorizado pelo governo federal todos os anos no dia 31 de março.
A preocupação é grande para quem faz uso de medicação constante.
O aumento será de 6,1%, mas não atinge os fitoterápicos, homeopáticos e remédios vendidos sem a exigência de receita médica, segundo explica o diretor de assuntos econômicos da Associação da Indústria Farmacêutica, Marcelo Liebart.
“O reajuste de 6,1% é o máximo para as categorias que tem muita concorrência, como os genéricos. Mas nem todos laboratórios vão praticar os novos preços”, assinala Liebart
Falta no país medicamento que protege bebês de mães com sangue Rh negativo

Maternidades de todo o país estão com uma bomba-relógio nas salas de parto e nos consultórios. Há pelo menos dois meses, o Brasil enfrenta colapso no fornecimento de uma substância fundamental na área de obstetrícia, em um quadro que vem afetando até setores antes imunes às carências comuns ao Sistema Único de Saúde (SUS): a rede particular. Trata-se da falta do medicamento indispensável para gestante Rh negativo com filho Rh positivo: o imunoglobulina anti-Rh negativo, fabricado em laboratórios internacionais. Por falta de matéria-prima, a distribuição é insuficiente. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está à espera de retorno a consultas feitas aos produtores para conhecer a dimensão do problema.

Enquanto o perigo passa longe dos gabinetes em Brasília, nas salas de parto e nos consultórios a classe médica e pacientes estão cada vez mais certos de que o drama está longe do fim. A previsão é de que a distribuição se normalize somente em dezembro, como foi informada a Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), que procurou o Ministério Público Estadual (MPE) para entrar com uma ação contra a Anvisa. Em BH, os estoques das maternidades estão no limite e podem acabar nos próximos dias. As farmácias, onde a dosagem chega a custar até R$ 200, não escapam da crise.

Apesar de passar despercebido aos olhos das autoridades, o cenário leva a classe médica a crer que está diante de uma verdadeira bomba-relógio. Estima-se que cerca de 10% das gestantes brasileiras sejam Rh negativo e tenham um bebê Rh positivo. Se na gestação a mãe tem sangramento ou sofre aborto, a medicação é prescrita pelo médico. A situação mais comum é durante o parto, em que a gestante Rh negativo e o filho Rh positivo trocam sangue e a mulher produz anticorpos contra o Rh positivo. Sem a dosagem, o organismo cria uma “memória” contra o Rh positivo e numa futura gravidez em que o bebê seja de tipo sanguíneo positivo, os anticorpos atacam as células e podem levá-lo à morte. “A medicação tem que ser tomada em no máximo 72 horas depois do contato entre os dois tipos de sangue”, alerta o diretor-administrativo da Maternidade Octaviano Neves, José Luiz Verçoza.

Somente na Octaviano Neves, com 500 partos por mês, são necessárias 40 ampolas do medicamentos mensalmente. Segundo Verçoza, a maternidade pediu ajuda à Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), que repassou 40 doses do produto e na quinta-feira restavam apenas sete. “Se está assim no setor privado, imagine no SUS? Entramos em contato com outros setores hospitalares do país e a crise é generalizada. Enquanto isso, a presidente Dilma Rousseff vem a BH lançar um programa para gestantes com toda pompa”, critica.

A SMSA já repassou doses também à Maternidade Santa Fé, em Santa Tereza, na Região Leste de BH. “Foram 30 ampolas, mas só nos restam nove. É pouco. Dos 300 partos mensais na unidade, 5% precisam do medicamento”, diz o diretor-técnico da Santa Fé, Eduardo Mendes. A incerteza sobre o fim do pesadelo atormenta a Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig). Segundo o diretor de Defesa Profissional da entidade, Carlos Henrique Mascarenhas, também diretor do Departamento de Ginecologia da Associação Médica do estado, um dos laboratórios lhe informou que somente em dezembro a situação será regularizada. “É um absurdo. Já alertamos os médicos que, se o pior ocorrer, eles não serão responsabilizados. Já passou da hora de o Brasil começar a produzir o medicamento.”

Venda proibida

Em nota, a SMSA garantiu que o estoque de BH é suficiente para as sete maternidades públicas da cidade. “Temos recebido pedidos da rede privada e, na medida do possível, a atendemos.” A maior preocupação da Anvisa, que questionou os fabricantes para saber se há mesmo desabastecimento, sem obter retorno imediato, é a venda do medicamento em farmácias e drogarias, que é proibida. Para isso, a agência informou, por meio da assessoria de comunicação, que intensificará a investigação. Já a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) esclareceu que a distribuição do medicamento não é de sua competência, mas admite problema com os fornecedores.

O que é fator Rh negativo


No pré-natal, o médico conhece o tipo sanguíneo da gestante (A, B, AB ou O). Quem é Rh positivo tem uma proteína chamada antígeno D na superfície dos glóbulos vermelhos. Quem não tem esse antígeno é Rh negativo.

Mãe Rh negativo e bebê Rh positivo

Se a mãe for Rh negativo e o filho Rh positivo, há risco de que o sangue do bebê entrar na corrente sanguínea da mulher na hora do parto, por meio da placenta. O sistema imunológico dela reage contra o antígeno D (proteína do Rh positivo) do sangue bebê, como se ele fosse um "invasor", e começa a produzir anticorpos. O fenômeno é conhecido como "sensibilização". Esse contato entre os dois tipos de sangue não oferece perigo na primeira gravidez, mas compromete uma futura gestação caso a mãe tenha um filho Rh positivo novamente.

Como age a medicação imunoglobulina anti-Rh negativo

Até 72 horas depois do nascimento da criança, os médicos aplicam a injeção de imunoglobulina anti-D ou Rh negativo. A dose é de 300 microgramas e é aplicada de forma intramuscular. Em cerca de 30 minutos, o medicamento atinge a corrente sanguínea da mãe e produz anticorpos capazes de "barrar" a produção de anticorpos da própria gestante contra o Rh positivo do bebê, uma vez que o sangue dos dois entraram em contato. Assim, o organismo perde a "memória imunológica" contra o Rh positivo e, em caso, de uma futura gestação da mulher com filho Rh positivo, o organismo não vai atacar o sangue do bebê. A aplicação deve ser feita em no máximo 72 horas depois do parto – tempo ideal para o organismo conter o ovanço dos anticorpos produzidos pela mãe.


Perigos sem a medicação

Embora não haja risco numa primeira gravidez, se a mulher engravidar novamente e o bebê também for Rh positivo os anticorpos do seu sistema imunológico, sem a imunoglobulina anti-Rh negativo, criam uma mémoria e agem contra o Rh positivo, até mesmo no começo da gestação. Os anticorpos atravessam a placenta e atacam as células do sangue do bebê, provocando anemia, icterícia ou, em casos mais graves, insuficiência cardíaca ou hepática na criança. O filho pode até morrer ou ter lesões cerebrais irreversíveis.

Em outras situações

Não é só depois do parto que o imunoglobulina Rh negativo é indicado. Ele também é usado em caso de aborto, sangramento vaginal e qualquer outra situação em que haja risco do sangue do bebê entrar em contato com o da mãe.

Bomba de MORFINA

Morfina. Ao ouvir essa palavra, as pessoas a associam imediatamente à droga ilícita. Não lembram que a substância é um potente analgésico, responsável pelo alívio de milhares de pessoas cujos organismos já não respondem a outros medicamentos. Isso não significa, é claro, que seja inofensiva. O neurocirurgião Tiago Freitas* explica que, por ser muito forte, a morfina pode trazer sérios efeitos colaterais, como náuseas e confusão mental.

Entre os que se beneficiam da substância estão os pacientes de câncer, as vítimas de dor crônica na coluna, os portadores de artrite reumatoide.

— A maioria dos pacientes com tumor maligno terá algum tipo de dor. E 10% deles terão sensações dolorosas mais fortes, necessitando de uma terapia mais agressiva — ensina o oncologista Murilo Buso.

O implante da bomba de morfina é um desses procedimentos considerados extremos.

— O sistema propicia uma melhora significativa da sensação de dor. A adoção do equipamento, porém, é feita de modo extremamente criterioso. O uso é indicado para quem não apresenta controle do seu quadro doloroso com outras terapias e tem intolerância ao uso de medicações — esclarece Freitas.

A cirurgia impacta a rotina do paciente. Por exemplo, as bombas podem disparar alarmes de detecção de metais em aeroportos.

Segundo o médico, a pessoa deve carregar sempre o seu cartão de identificação. O detector de metal não irá influenciar no funcionamento do sistema. O neurocirurgião garante: exames de raios X e tomografia não danificam o aparelho. Todavia, antes da realização de ressonância magnética, o médico deve fazer ajuste no sistema da bomba, de modo a não danificar o aparelho de infusão.

Menos dor

Entre os pacientes que se beneficiam da substância estão os pacientes de câncer, as vítimas de dor crônica na coluna, os portadores de artrite reumatoide.

Palavra do especialista
Há testes para definir se a pessoa pode usar o sistema de liberação de morfina?
Sim. A pessoa é submetida a uma avaliação neuropsicológica prévia que determinará se ela pode ou não receber a medicação. Antes do implante da bomba, o médico deve realizar um teste com o cateter externo para verificar tanto a resposta à medicação quanto possíveis efeitos colaterais.

E quais são esses efeitos?Além de complicações cirúrgicas, a pessoa pode apresentar sinais de alta ou de baixa dose: náuseas, vômitos, sonolências, coceira e confusão mental. Por isso, é importante o teste com cateter externo antes do implante definitivo. Essa avaliação dura cerca de quatro dias e é realizada com o paciente internado em um hospital.

Quais complicações podem ocorrer?Em casos raros, lesão direta da medula devido à colocação do cateter, causando piora da dor ou piora da força muscular nos braços ou nas pernas. Em raríssimas circunstâncias, pode ocorrer uma inflamação na ponta do cateter, o que exige nova cirurgia para a correção do problema. Em alguns casos, uma cefaleia por punção pode ocorrer em virtude do vazamento do líquor.
O paciente pode deixar de repor a dose necessária de morfina por conta própria?Um alerta a esses pacientes: nunca deixe de recarregar o sistema. O funcionamento do aparelho sem medicação pode causar dano permanente. A interrupção abrupta também pode provocar sinais de moderados a graves de abstinência da morfina. As bombas com bateria têm em seu programa um alarme que avisa quando a medicação está se esgotando. A pessoa deve, então, procurar o médico.

*Tiago Freitas é neurocirurgião do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), especializado no tratamento de dor